Um dia você está em sua casa ouvindo os famosos hits da banda, no outro em um show sem precedentes. Não existem palavras para descrever como foi o concerto do AC/DC no Aviva Stadium, em Dublin, ontem (01). Apesar da idade, o vigor e a força com que continuam a encarar o palco e levar seus fãs a loucura é de deixar qualquer um extasiado. Para chegar ao estádio nenhum problema, tudo bem sinalizado e organizado. O nervosismo era grande até nos telões um cometa aparecer e nos levar pela história de cada álbum do grupo, terminando em um show de fogos seguidos dos primeiros riffs, transformando o nervosismo em êxtase. A voz de Brian Johnson continua impecável, bem como Angus Young continua sendo a marca da banda.
As duas mudanças que ocorreram nesse tour – Malcom Young que está sofrendo de demência, foi substituído por seu sobrinho, Steve Young e o baterista Phil Rudd, que teve problemas legais, foi substituído por Chris Slade – não diminuíram o espetáculo. Cada hit recebia um tratamento diferente de cores e efeitos, como durante o refrão da música “You shook me all night long”, onde colocavam no telão pessoas da platéia. Ou então com o famoso sino, durante a performance de “Hell’s Bells”. Os “vovôs” do rock mostraram porquê continuam sendo uma das bandas mais importantes da atualidade.
Um dos momentos mais extasiantes foi o solo de guitarra de Angus, com direito a utilizar uma garrafa de cerveja e deitar no palco e começar a rodar. Foram mais de 10 minutos de um desempenho extasiante, como se a idade não o tivesse atingido. O som estava perfeito como se estivéssemos ouvindo um CD. Após o solo, Brian entra no palco e diz “Thank You” e sai… Momentos de tensão no ar: “ Será que acabou?”. De repente um fogo surge no palco, e os riffs de “Highway to Hell”, seguido da logo da banda em chamas aparecem levando todos ao delírio. Um show para ficar na memória e talvez uma das últimas chances de ver essas lendas em ação. Muito mais que música, um show de vitalidade, de cores e efeitos… Onde tudo termina em muito Rock’n roll.